Livros


REGRAS PARA SE FAZER O POEMA VARANO

terça-feira, 20 de agosto de 2013

A CURVA DA EXISTÊNCIA


Quando não mais agradas a um alguém,
Quando nem brincadeiras têm mais graça,
Verás que, de verdade, o tempo passa!
Verás que passarás um dia também!

O tempo nunca pára pra ninguém...
No mesmo ritmo vai e não disfarça!
Nada do que foi antes nos retém...
Quem sabe... Um velho banco numa praça!

Não fique triste, pois, é a realidade,
Que há séculos nos mostra, sem piedade,
A curva descendente da existência!

Nunca se desespere na saudade...
Quem sabe, o fim de tudo é a liberdade,
Pois, quem zela por nós é a Providência!

segunda-feira, 19 de agosto de 2013

SONETO PARA REFLEXÃO


A vida é uma viagem ao distante!
De onde partimos, nunca saberemos...
Nem planos, nem propostas que fizemos,
Nem mesmo se estaremos lá adiante...

Nossa visão é curta ainda o bastante!
Sequer saber o quê a que viemos,
Foi-nos legado como relevante!
Uma certeza temos, morreremos!

Vidas entrelaçadas, de retalhos,
De choros, alegrias, sofrimento!
De líricos momentos, de trabalhos...

A vida é um conjunto em movimento,
Na imensidão do cosmos, entre atalhos,
A nos levar a Deus, no firmamento!

terça-feira, 6 de agosto de 2013

O CORDEL DA INTERNET


Liguei meu computador
Para acessar a Web...
Está pior que estupor!
Da classe alta até a plebe,
O besteirol corre solto,
E você acaba envolto
E disso não se apercebe!

Tem desabafo de corno,
Sacanagem, putaria...
Tem notícias de suborno
E muita patifaria!
Tem gente mostrando o ego
Num tiroteio de cego,
Tem ‘sábios’ em confraria!

Vê-se de tudo na rede:
Lá produzem, lá consomem,
Falam de fome e de sede,
De mulher virando homem...
Uns querendo aparecer,
Fotos inúteis pra ver...
Tem de miss a lobisomem!
  
Puro retrato dos tempos
De acesso à tecnologia,
Que, apesar dos contratempos,
Vai fazendo a alegria;
Muita coisa se aproveita...
Não perca, pois, essa feita
E viva a democracia!

Democracia vem de longe...
Vem da cidade de Atenas!
Seja o ateu, seja o monge,
Entre deusas e falenas,
Hoje você vê e escuta
Vídeos de anjo ou de puta,
Bundas grandes e pequenas!

Vê pensamento enrustido
Sendo posto na vitrine!
Se tem nariz entupido,
Receitas, soro, sorine...
É um vendaval de mil coisas,
Que não cabe em velhas loisas,
Nem no melhor magazine!
  
Tem conquistador barato,
Tem velha que se diz nova,
Tem o bonzinho e o chato,
Tem quem reprova ou aprova,
Tem o cricri pela-saco,
Perfume para sovaco,
...Tem poeta e muita trova!

Agora, já tem um vício:
‘rede-relacionamento’!
Buraco sem orifício,
Casado sem casamento!
...É, pois, um Deus-nos-acuda!
Pegue a cabeça e sacuda
...E alivie seu pensamento!

sábado, 1 de junho de 2013

ANJO DE LUZ


Ela é meu anjo
E é meu arranjo,
Trago-a no peito!
Sua luz com jeito
... Em mim reluz!

Dita de su’alma
Silêncio e calma
Em oração...
É sua missão
... Anjo de luz!

Dos lábios seus,
Sinais de Deus!
E esse convívio
Traz-nos o alívio
... Faz leve a cruz!

terça-feira, 7 de maio de 2013

MÃE...



De sóis, de luas
Lares e ruas
Cores e praças
Todas as raças
... Calas na dor!

Sorris e choras
Todas as horas
Todas as dores
Ó mãe d’amores
... Tu és puro amor!

Rendo-te um preito
Bendigo o peito
Que a humanidade
Na tenra idade
... Suga o vigor!

Aqui ou ao léu
Tu és nosso céu
Tão doce e caro!
Tu és nosso amparo
... Mais linda flor!

quinta-feira, 2 de maio de 2013

O ENCANTO DE AÇUCENA (glosa)


Foi na poeira da estrada de piçarra
Que uma vez avistei o rosto dela!

Era um dia de sol, bem no verão,
Na mistura vermelho-amarelada
Da poeira cobrindo aquela estrada
Que primeiro assustei meu coração...
Vislumbrei a açucena do sertão
Debruçada, sozinha na janela!
Era a coisa mais linda... Era tão bela!
Mais suave que a flor de uma alcaparra...

Foi na poeira da estrada de piçarra
Que uma vez avistei o rosto dela!

Num sorriso velado ela mostrava
Todo o encanto que havia ali guardado...
Seus cabelos dançavam num bailado,
Quando o vento de leve ali soprava...
Parecia visagem – eu pensava.
Abaixei-me e colhi pra dar a ela
Uma flor perfumada e amarela
... Encantou-se – a açucena – em linda jarra!

Foi na poeira da estrada de piçarra
Que uma vez avistei o rosto dela!

Nessa jarra encantada ela ficou
E eu não mais pude ver flor de açucena,
Muito embora, ao soprar, a brisa amena
Espalhasse o perfume que ela usou,
Pouco antes de quando se encantou!...
Eu faria de tudo por aquela
Que a lembrança arde em mim qual fosse vela
E num laço de amor ainda me amarra...

Foi na poeira da estrada de piçarra
Que uma vez avistei o rosto dela!







quarta-feira, 27 de março de 2013

CORDA BAMBA


Que é feito d’homem?
Larvas o comem!
E a natureza
Nossa riqueza?
... Vai indo mal!

O homem destrói
Nela constrói
Arranha-céu!
Há homens ao léu
... Vida brutal!

É o progresso
E é retrocesso...
E no egoísmo
O oportunismo
... Faz-se bestial!

Os seus valores
Hoje sem cores
Viram moeda...
Subida ou queda
... Resto é banal...

Nem a ciência
Tem consciência
Do poderio
Ainda sombrio
... E até fatal...

O homem julga
Qual fosse pulga!
Mente vazia
Tão doentia
... Perde a moral!

Ó ser humano,
Veste outro pano!
Veste a cor branca
Vê se te manca
... Sê, pois, leal!

Tempos finais
Ou medievais?
O amor não vinga
Em doses pinga
... Triste e real!

.........................
Já soam cornetas
Tocam trombetas...
E o homem samba
Na corda bamba
... Do seu final!


VARANO


VARANO – O que é e como fazê-lo

1 – Varano, criado pelo poeta Ineifran Varão, em janeiro de 2013, é um estilo de poema composto por um mínimo de 2 estrofes de 5 versos cada uma e o máximo de 10 estrofes, distribuídas na sequência das seguintes rimas, que são fixas nas suas posições: aabbc + ddeec + ffggc+ hhiic+jjkkc+llmmc+nnooc+ppqqc+rrssc+ttuuc
2– A sílaba tônica exigida é na posição 4 (4ª sílaba poética). As demais tônicas são livres, porém, obedecendo à métrica do poema, que é quadrissílabo (ou tetrassílabo).
3– As palavras rimadas não se repetem na mesma estrofe, e nem mais que duas vezes, ao longo de todo o poema.
4 – O 5º verso de cada estrofe vai rimar com o 5º verso da próxima estrofe, devendo ser precedido de reticências, completando o sentido da estrofe, e a última estrofe deve concluir o tema; a rima do 5º verso não deve coincidir com as rimas dos outros versos da estrofe.
5– O tema a ser narrado ou descrito fica a critério do poeta.

Obs.:As 4 rimas casadas duas a duas, de cada estrofe, podem se repetir, porém, com palavras diferentes, e não mais que duas vezes, se for a mesma palavra, ao longo das estrofes, sendo, entretanto, desejada a não repetição demasiada dessas rimas.

Exemplo: As rimas de uma estrofe que forem ia/ia+eu/eu podem aparecer em outra estrofe, mas com palavras diferentes ou, como dito acima, no máximo duas vezes a mesma palavra ao longo de todas as estrofes:
... Maria/valia+cedeu/perdeu e em outra estrofe ... Sabia/descia+meu/seu.


AGRADECIMENTO

Grato, poetas
Direto às metas
Primeiro sim
A vós e a mim
... Sois baluarte!

Grato vos sou
Sino soou
Avante ireis
Sois como reis
... De amor à arte!


VARANO – What is it and how to make it?

1 - Varano is a poem created by poet Ineifran Varão in January 2013. It consists of a minimum of two stanzas with five lines each and a maximum of 10 stanzas, distributed in the following sequence of rhymes, which are fixed in their positions: aabbc ddeec ffggc hhiic jjkkc llmmc nnooc ppqqc rrssc ttuuc
2 - The stressed syllable is required at position 4 (4th poetic syllable).The other stressed syllables are free, obeying the metric system though.
3 - Rhyming words do not repeat the same verse, and no more than twice throughout the poem.
4 - The 5th verse of each stanza will rhyme with the 5th verse of the next stanza and must be preceded by an ellipsis, completing the meaning of the stanza and the last stanza to complete the theme, the rhyme of the 5th verse should not coincide with the rhymes of other verses of the stanza.
5 - The theme to be narrated or described is at the discretion of the poet.

Note: The 4 pairs of rhymes in each stanza may be repeated, but with different words, and no more than twice, in case of the same word, throughout the stanzas. Avoid too much repetition of these rhymes.

terça-feira, 26 de março de 2013

DEVASTAÇÃO (varano)



Uirapuru
Mandacaru
Tem tua cor...
Fruto do amor
...Do meu sertão!

Cantas saudoso
E ele é gostoso...
Por dentro é branco
Como o teu canto
...De solidão...

Teu canto é sorte
Que ecoa no norte!
Vermelho o fruto
De espinho bruto
...Colore o chão!

A correr risco
A ver confisco
Grita socorro!
Já não há forro
...Na aluvião!

Na mata há queima
E o homem teima...
Destrói floresta
Tudo o que resta
...Sem compaixão!

É fauna... É flora
Que canta e chora
Sem mais voar...
Sem mais lugar...
...DEVASTAÇÃO!

domingo, 24 de março de 2013

ENQUANTO DORMES (mais um poema varano, estilo criado por Ineifran Varão; veja regras abaixo)


ENQUANTO DORMES

Enquanto em sono
Qual no abandono
Das tuas mazelas
Abro as janelas
... Para te olhar...

Anjos de luz
Tomam-te a cruz
Embalam sonhos
Os mais risonhos
... Do teu sonhar!

Que o teu encanto
Escute o canto
Que canto agora
E que a essa hora
... Vem-te ninar!

Doce figura
Trazes candura
Que em mim se inflama
Pois que derrama
... Do teu olhar!

Dorme, ó meu anjo
Serei o arcanjo
A proteger-te...
Em sutil flerte
... Fico a te amar!

*
REGRAS E ORIENTAÇÕES para se escrever o poema VARANO:

1 – O poema Varano, criado pelo poeta Ineifran Varão, em janeiro de 2013, é composto por um mínimo de 2 estrofes de 5 versos cada uma e o máximo de 10 estrofes, distribuídas na sequência das seguintes rimas, que são fixas nas suas posições: aabbc + ddeec + ffggc+ hhiic+jjkkc+llmmc+nnooc+ppqqc+rrssc+ttuuc
2– A sílaba tônica exigida é na posição 4 (4ª sílaba poética). As demais tônicas são livres, porém, obedecendo à métrica do poema, que é quadrissílabo (ou tetrassílabo).
3– As palavras rimadas não se repetem na mesma estrofe, e nem mais que duas vezes, ao longo de todo o poema.
4 – O 5º verso de cada estrofe vai rimar com o 5º verso da próxima estrofe, devendo ser precedido de reticências, completando o sentido da estrofe, e a última estrofe deve concluir o tema; a rima do 5º verso não deve coincidir com as rimas dos outros versos da estrofe.
5– O tema a ser narrado ou descrito fica a critério do poeta.

Obs.:As 4 rimas casadas duas a duas, de cada estrofe, podem se repetir, porém, com palavras diferentes, e não mais que duas vezes, se for a mesma palavra, ao longo das estrofes, sendo, entretanto, desejada a não repetição demasiada dessas rimas.

Exemplo: As rimas de uma estrofe que forem ia/ia+eu/eu podem aparecer em outra estrofe, mas com palavras diferentes ou, como dito acima, no máximo duas vezes a mesma palavra ao longo de todas as estrofes:
... Maria/valia+cedeu/perdeu e em outra estrofe ... Sabia/descia+meu/seu.
‘VARANO’ – The poem

1 - Varano is a poem created by the Brazilian poet Ineifran Varão in January 2013. It consists of a minimum of two stanzas of five lines each and a maximum of 10 stanzas, distributed in the following sequence of rhymes, which are fixed in their positions: aabbc ddeec ffggc hhiic jjkkc llmmc nnooc ppqqc rrssc ttuuc
2 - The stressed syllable is required at position 4 (4th poetic syllable).The other stressed syllables are free, obeying the metric system though.
3 - Rhyming words do not repeat the same verse, and no more than twice throughout the poem.
4 - The 5th verse of each stanza will rhyme with the 5th verse of the next stanza and must be preceded by an ellipsis, completing the meaning of the stanza and the last stanza to complete the theme, the rhyme of the 5th verse should not coincide with the rhymes of other verses of the stanza.
5 - The theme to be narrated or described is at the discretion of the poet.

Note: The 4 pairs of rhymes in each stanza may be repeated, but with different words, and no more than twice, in case of the same word, throughout the stanzas. Avoid too much repetition of these rhymes.



terça-feira, 19 de março de 2013

ETERNO SER (mais um poema varano)


Pensei-te um anjo
Pensei-te arcanjo
Na força mística
Característica
... Do proceder!

Pensei-te mágica
Talvez nostálgica
Tentei de tudo
Fiz um estudo
... Pra conhecer!

Era preciso
Um improviso
E aconteceu
Que tu e eu
... Vimos nascer!

Foi tão sutil
Ver teu perfil
E dar o bote
Qual um coiote
... No teu querer...

Daí por diante
A cada instante
O amor crescia
Até que um dia
... Fiz por te ver.

Dois corpos juntos
Poucos assuntos
Contemplação...
Respiração
... Sobreviver!

Os dois atônitos
Entre os recônditos
Dos corações
E entre emoções
... Do benquerer...

Ficamos pálidos
Em beijos cálidos...
Ficha caiu!
Calor subiu!
... Que bom viver!

Qual menestrel
De amor fiel
Beijo tua boca
E de ânsia louca
... Faço-te arder!

..........................
Sem mais pesares
Nossos cantares
Já se fundiram
D'amor suspiram
... Num eterno ser!

segunda-feira, 18 de março de 2013

ALMA DISTANTE


Saudade imensa
Cabeça pensa
Vendo os afrescos
E os arabescos
... Da rua antiga...

Nesse mormaço
Dou mais um paço
E ouço instrumentos...
Lembro momentos
... E uma cantiga!

Cantavas tu
De corpo nu
A me abraçar
Antes de amar
... E sem fadiga...

Tu não te lembras...
Não mais relembras
Juras veladas
Pelas calçadas
... Fazendo figa!

Ainda andaremos
Caminharemos
Sem atropelo...
Nosso desvelo
... Que Deus bendiga!

Alma distante
Vem nesse instante...
Eis minha mão
E o coração
... Que inda te abriga!

sábado, 16 de março de 2013

TRANSPONDO O LONGE (um poema varano)



Na brisa mansa
Minh’alma alcança
Teu pensamento
Que traz o alento
... Nesse transpor

A noite vem
Como neném
E nos teus braços
Tenho os abraços
... De um sonhador

Não há senão
Que ao coração
Possa impedir
De te sentir
... Com tanto amor!

sexta-feira, 15 de março de 2013

... E A PAZ DA TERRA


Hoje é outro dia e nós, a labutar,
Não vemos que, no mar, as ondas bailam,
Que, no universo, forças também ailam
E nós na imensidão sempre a girar!

Paremos por instantes a observar
Que as flores do jardim perfume exalam,
Que há pássaros nos galhos a cantar,
Que espumas sobre a areia lá se espraiam!

Que o verde das florestas nos dá vida,
Enquanto o rio desce lá da serra
E a brisa sopra a noite embevecida!

Paremos para ver que Deus não erra,
Mas pede que ajudemos nessa lida...
Conserve a natureza... E a paz da Terra!






quinta-feira, 14 de março de 2013

POESIA - Homenagem ao Dia da Poesia

Retrato d’alma escrito em poucas linhas,
Estigmas inconscientes escondidos,
Ages na contramão dos esquecidos...
Rosas, espinhos, árvores daninhas!

Do poeta o coração mais que adivinhas,
Em todos os meandros percorridos!
Do poeta és a rainha entre as rainhas,
Em séculos e séculos vividos!

Poesia, tu és a porta e és a janela!
És válvula de escape, és oração...
És o âmago do poeta e sua vazão...

És entre as artes todas a mais bela;
És o retrato fiel do coração,
A essência da beleza em aquarela!

quarta-feira, 13 de março de 2013

LAGO AZUL - A ti


Distante e em flama aqueces minha vida,
que do calor suplica com insistência,
a contorcer-se em dor por tua ausência,
a me arrastar pra longe de vencida...

De longe vês o quanto me é sentida
a falta dos teus ais e a convivência
dos teus desejos mudos, na incontida
vontade do aconchego e da vivência!

Não tarda muito e sigo para alhures,
para o infinito eterno do descanso...
para lugares onde não procures...

Sem correntezas, pedras... só remanso!
Sem coração nem peito a que tu fures
...no lago azul perene em que me lanço!

terça-feira, 12 de março de 2013

ESTRANHO ANIMAL


Balbuciando o amargo em solavanco,
Em vitupérios pobres de razão,
Segue trotando o rústico alazão,
Gesticulando o afronte em cada flanco!

Invade o brejo e molha-se no tranco,
A se esbaldar nas águas da vazão!
Refestelar-se contra algum barranco
É prazeroso e faz-lhe folgazão!

Não há sinal de dor em seu caminho,
Determinado está em qualquer azo...
Num de repente, cala-se mancinho,

Relincha solto e corre em grande arraso,
Pra descansar à noite bem sozinho,
E usar da vida em seu último prazo...



domingo, 10 de março de 2013

SONHOS QUE SE VÃO


Na alvura celestial que eu via acima,
Qual flocos sobrepostos de algodão,
Da plúmea e alvínea nesga aló se vão
Resquícios colossais da minha estima!

Lembranças vêm à mente que se anima,
Enquanto imagens mudam-se em ação...
É o mesmo céu que eu via lá em cima...
Aqui também é o mesmo coração!

Mas algo se fechou cá nos meus eus,
Perdidos nas esquinas e nas ruas...
No céu, a mesma lua em quatro luas

É a mesma que eu sonhava em sonhos meus!
... Perderam-se as imagens seminuas,
Deixando-me a saudade... Como adeus!


sábado, 9 de março de 2013

COTIDIANO (um poema varano)



Ecoa o grito
Pelo infinito
Pedindo paz...
Que nos apraz
... E um mundo são!

Humanos somos
Não somos gomos
A descartar
A esmagar
... Jogar ao chão!

Eis as calçadas!
Viram privadas
Antros de drogas
Diante das togas!
... Que escuridão!

Fora a ganância!
Que extirpa a infância
Destrói a alma
Deturpa a calma
... Por ambição!

Quanto poder
Muito a fazer
E nada fazem!
Na rua jazem
... Qual multidão...

Diz-se que é um baque
O tal do craque;
Não vão à fonte
Tão bem defronte
... Por omissão!

Tratar somente
É leniente
Mas não resolve...
Mais absolve
... Pura ilusão!

Vão à 'tevê'
Dizer o quê?
Que estão fazendo
E acontecendo?
... Voto mais não!

O mundo sofre
Ao ver o cofre
De alguns encher
Contra o morrer
... Sem solução!