Poeta, cante o belo, o bem, o amor,
Mas cante também a falta do singelo,
O dinheiro e o viver sem, cante a dor,
A fome, o frio sem agasalho,
A roupa em frangalho,
Os pés do andarilho!
Cante, poeta, cante a esperança,
Mas cante também a sórdida herança,
Cante a força da nossa raça, a pujança,
Mas cante também a pobreza que choca!
Chocava no tempo da pajelança
Choca agora na governança!
Abra sua boca que fala, canta e come,
Mas cante também aquela boca que cala
Sem esperança,
Sem força, por sentir fome!
Cante o prazer da vida,
Enquanto bem vivida!
Cante a morte enquanto não parida,
Daqueles mortos-vivos
Sem teto, sem roupa, sem instrução,
Sem saúde, sem assistência
Sem guarida!...
Cante, poeta, cante enquanto há vida!
perfeitamente belo... a poesia social precisa do canto do poeta, enquanto se ignora as dores do povo, a vida é de sofrimento para todos... um belo chamado...bjuuuu
ResponderExcluir