Permita-me um soneto,
por favor!
Desculpe-me... tem rima
em minha vida.
Direi uns poucos versos
de partida,
do muito que na vida
tem valor!
Soneto é como o doce do
licor,
em lábios já sedentos
por bebida;
é bálsamo se a dor se
faz sentida
e é cura − como o tempo
− em dor de amor!
Assim faz o soneto com
o poeta;
adoça a alma, encanta e
o liberta
dos muitos desencantos
da ilusão!
Permita-me um soneto,
serei breve:
Que
alguém jamais se arrogue ou, enfim, se eleve
−
às custas do poder − ante a razão!