Livros


REGRAS PARA SE FAZER O POEMA VARANO

segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Mensagem

Pois é, vou confessar-te, penso muito em ti,
lembrando, com saudade, uma paixão vivida...
Chego a pensar na sorte de encontrar-te aqui
e como em muitas vezes, chamar-te querida...

Penso em formar um par, como num sonho em vida,
sentir o teu perfume, como um dia senti;
de Orfeu cantar os cânticos que um dia ouvi;
cobrir-te no prazer dessa paixão contida!

Não sei por onde andas... não te vejo há tempos;
mas... mando essa mensagem feita à moda antiga,
nascida ao mesmo tempo em que esse amor nasceu:

São meus os desenganos, meus os contratempos...
E teus... meu ombro amigo, minha mão amiga

E o coração que, em mim, por ti... sempre bateu!...

sábado, 29 de janeiro de 2011

Meretriz

Nos braços da noite
Te encontro serena
Vagando na rua
Que não vale a pena

Nos braços da noite
Te encontro deitada
Tal qual Madalena
Sonhando acordada

Nos braços da noite
Sem véu, sem  grinalda
Não és Margarida
Não és Esmeralda

Rasgaram teu corpo
Roubaram-te a calma
Tragaram-te a vida
Tragaram-te a alma

Nos braços da noite
Puseram-te nua
Sem direito a nada
Jogada na rua

Nos braços da noite
Tua cama é a calçada
Vestígios de açoite
Te encontro acabada

Nos braços da noite
Eras só uma puta
Te deram o açoite
Morreste na luta

Não serás memória
Eras “a maldade”
De uma vida inglória...
Desumanidade!...

...................................
Morreste na dança
Como meretriz
Sem ter esperança...
Sem sonho... Infeliz...

domingo, 23 de janeiro de 2011

A uma amiga mineira

Tem gente besta demais
que tem cabeça demente
dizer que Minas Gerais
tem mais mineiro que gente!
- Sô!
Ora, ora, tenha dó!
Desse jeito eu vou-me embora
já está chegando a hora
da onça ir beber água.
O povo fala demais
e falando diz besteira
traz transtorno e deixa mágoa
no coração da mineira,
que por certo é gente boa
é da “fauna” brasileira
mas nunca matou à toa,
porque é de Minas Gerais,
que é terra hospitaleira
de serras e cachoeiras
mucuim que dá coceiras
infestando os capinzais...
Mas é um lugar bom demais!
Tem u’a cantiga, dotô,
que diz:  “Ó Minas Gerais,
quem te visita não volta jamais”
pois eu digo, sim sinhô,
aqui cá com meus botões
que eu amo esses rincões
e entre todo UAI e SÔ
“doncovim”, “oncotô e “ proncovô”
nessa terra de alferes
terra de lindas mulheres
(comi sem usar talheres)
tenho boas recordações
e pras bandas das Gerais
deixei muitos corações”!...
...................................................
Ô trem bão pra demais da conta, SÔ!

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Rotina de Malandro

Pessoas passando
                e a chuva molhando
o rio descendo
                e a chuva molhando
vai molhando o rio
                vai molhando o chão
vai molhando tudo
                é chuva de noite
                é chuva de dia
molhando o pernoite
                da velha boemia
com chuva de goles
de muitos solfejos
cheirando a fumaça
mulata que passa
com gosto de beijo
                chuva de violão
de som e mulata
batendo na lata
                do meu coração
e chove lá fora
                uma chuva que molha
e chove aqui dentro
                uma chuva que chora
que chora outro choro
um choro de banjo
                cavaco e pandeiro
é o “brasileirinho”
um velho chorinho
                que é bem brasileiro
abre-se a porta
outra vida torta
adentra o salão
e o chorinho segue
                mulatas dançando
                bebidas rolando
malandro se entregue
dou voz de prisão
não fuja, não tente
                lhe diz a mulata
                faz pose e arrebata
preso e contente
o malandro valente
                lhe dá o coração
nos braços de um anjo
o malandro é refém
                silencia o banjo
                silencia o pandeiro
começam as apostas
                só vale dinheiro
e aquele marmanjo
que vivia à toa
nos braços do anjo
encerra a noitada
não quer mais o banjo
                segura a mulata
que ele arremata
                e sai numa boa
e vai rindo à toa
                e a chuva molhando
o dia amanhecendo
                a noite findando
quem não dançou, dançou
ou já está dançando
                e a chuva molhando
                e a manhã chegando
é gente saindo para trabalhar
                e o malando voltando
para descansar
                o dia raiando
                e a chuva molhando
                molhando meus olhos
                cansados de sono
de muitos bocejos
boemia, desejos
de horas vadias
                nada a reclamar
mulatas e beijos
em bocas de orgia
acabou a folia
e o malando sadio já vai descansar.

domingo, 9 de janeiro de 2011

Livro - um presente para a vida toda

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sábado, 8 de janeiro de 2011

Vida em desalinho

Vou percorrendo a vida em desalinho.
Perambulando chego a algum lugar,
alguém de encontro ao meu crítico olhar,
tenta mostrar-me os vícios do caminho...

Não sei se os outros vêem como eu,
não sei se vejo o caos que outros não vêem,
ou se não leio notas que alguns lêem,
ou na visão de crítico o erro é meu...

É inglório ver na rua vidas largadas,
enquanto vidas mortas são lembradas,
por coisas fúteis, tolas e banais,

pois que ao brindar de taças no caminho,
vê-se entre cacos, sangue, taças, vinho,
- em meio ao caos - humanos bestiais!...

Lágrima (pensamento)

A lágrima é uma palavra muda, carregada de sentidos!...

sábado, 1 de janeiro de 2011

O Andarilho

Trilha esburacada,
no meio do nada,
é o que se vê.
Árvores caídas
a fechar a via,
a fechar a estrada,
que  há muito existia
nessa grande serra,
entre pés de ipê...

- Ladeira de limo,
vou ver se me animo.
Vista deslumbrante!
Lá há um mirante,
eu vi na TV!
- Pensa o andarilho,
em chão sem ladrilho,
mochila nas costas,
um prazer de bosta...
- Diria você!

Lá de cima, o mundo!...
Pasmo em um segundo...
É silêncio e paz...
Diante da beleza,
não se faz pergunta.
Se observa e assunta,
cabeça já pensa,
corpo se refaz!

Brilha intenso brilho
e o andarilho
contempla em silêncio,
como faz o monge,
meditando longe
e encontrando a paz...
..................................
Trilha esburacada,
ladeira de limo,
nesse chão sem brilho,
desce o andarilho,
agora refeito,
orgulho no peito,
meio vagabundo,
meio moribundo...
Um novo sujeito!
Um novo rapaz!